IMAGINAÇÃO
Sou afilhado da enchente irmão da fauna que resta
Dos pássaros que fazem festa e cantam aqui livremente
Do sol que aquece a gente da lua que a noite clareia
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Sou enchente que liberta o rio por tu represado
Arrastando teus reinados moendo e jogando fora
Sou assovio de caipora anunciando tua vinda
Sou animal que ainda não escapou da tua espora
Sou ave que não esta fora do pino da tua mira
********Eu sou um ser indefeso comigo ninguém se importa
Dos meus braços do meu tronco cobrem casas fazem portas
Sem ter dó nem piedade invadem a privacidade do ser que so lhe faz bem
Filtra o ar que tu respira te dar sombra te dar frutos
Mas e cortado também
********Eu sou um lamento perdido que chamam de extinção
A raposa a jaguatirica e o servo do sertão
Perderam o espaço para o gado e pra sua alimentação
O que antes era aberto e livre de marcação
Hoje é cercado com varas com prego arame e mourão
*******Deus quando criou a terra pra ninguém deu escritura
Porém toda criatura cerca e limita o espaço
Porém toda criatura cerca e limita o espaço
Queima o chão vira bagaço espanta quem nela habita
Ser saber que no cansaço que chegar no fim da vida
Ser saber que no cansaço que chegar no fim da vida
Sete palmos sobrarão sem que lhe sare a ferida
********Sou natureza revolta em forma de furacão
Sou vento que arrasta tudo que estar firmado no chão
Ou tu devolves o que é meu ou te enterro em teu rincão
AUTOR: Emanoel Milhomens de Carvalho Sou vento que arrasta tudo que estar firmado no chão
Ou tu devolves o que é meu ou te enterro em teu rincão
Natal/RN-10/10/2011