quinta-feira, 25 de julho de 2013

CONTRASTE

                           CONTRASTE
          
Rouxinol  faz alvorada sanhassu vem todo dia
Os bem-te-vis acompanham completando a melodia
Começam as quatro horas descansam ao final do dia
Todos cantam livremente sem por ninguém ser agredido
Pois aqui eu tenho abrigo pra todo animal que voa
Tenho água farta arvoredos espaço e comida boa
Entra dia finda dia só a noite ouço gemidos
Dos viventes sem sossego ou dos entes perseguidos
Da perturbação urbana e dos meus cães o aviso

EMANOEL CARVALHO
07/06/2012

PRESERVANDO A NATUREZA

Do sertão que fui criado
Hoje eu quero a extinção
Da espingarda de caça
Do quixó do alçapão
De arapuca e gaiola
Que aprisiona o canção

De viveiros enfeitados
Com espécies bem variadas
Que quase não encontramos
Em liberdade nas matas
Deixando despovoada
Nossa floresta encantada

Do caçador que atira
Por esporte ou vaidade
E faz questão de expor
Seu troféu pras amizades
Mesmo que pra isso deixe
Filhotes na orfandade

Queria eu hoje morar
Numa choupana na mata
Despertar ao raiar do dia
Por uma orquestra afinada
Cheiro de curral de gado
E cerca de vara trançada

EMANOEL CARVALHO

10/11/2011

ONDE ESTAIS

Onde há flores há paz
Onde há floresta há esperança
Onde há áqua há bonanza
Onde há vida há lembrança
Onde há fauna há fartura
Onde há respeito há alma pura
Onde há juazeiro há descanso
Onde há rio há remanso
Onde há produção há progresso
Onde há progresso há alegria
Onde há poeta há poesia

EMANOEL CARVALHO

21/12/2011

sábado, 15 de junho de 2013

POUCO SEI

Não entendo nada de poesia de suas regras nem tão pouco de métrica
Só expresso sentimentos e vivencias nunca disse a ninguém que sou poeta
Porém tenho meu estilo em fazer rimas e em cima de mim ninguém faz festa
A inspiração vem da natureza,vem do homem da roça, da floresta
Vem da mão calejada do matuto que desconhece a derrota e não protesta
Dos segredos da mata e seus mistérios que é parceiro do homem que a preserva.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

ADEMAR MACEDO

Ademar plantou cultura não pôde colher seu fruto
Hoje a poesia ta triste por não ter o substituto
Partiu pra eternidade deixou esse poeta de luto.

EMANOEL CARVALHO
30/05/2013

VIVA O POVO SERTANEJO



É o braço forte dessa criatura é a mão grossa que traz a fartura
É o passo longo meio atravessado e longo é o caminho que leva ao roçado
É o sertanejo bravo e de alma pura que sobrevive mesmo sem leitura
Que ama a terra que ficou marcada por água clama embaixo da latada
Que nunca teme a nenhuma emboscada vive da terra ou de quase nada
Que nunca usou de desonestidade adora o mato despreza a cidade

É o meu herói o bravo vaqueiro o caatingueiro tem sabedoria não ambiciona nem tem vaidade
A sua roupa é de algodão cru o seu sapato é couro de zebu sua peixeira fio de navalha
O seu chapéu todo mundo conhece o seu dinheiro é suficiente para atender sua necessidade
Seu dia a dia é na produção arrancando toco e brocando o chão
Mas quando chove ele tira da terra o seu sustento e o da criação
É esse o povo que eu admiro que representa a força do sertão.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

SÃO MIGUEL

Nos arquivos da mente resgatei os retalhos da minha mocidade
Nos açudes, cacimbas e barragens que ainda vem registindo ao tempo
Era onde passavamos momentos nos unindo osítio e a cidade
Quando eu era ainda uma criança a diversão que o povo preferia
Era o forró, o samba, a cantoria de repente viola e poesia
Conheci alguns feras do repente Ivanindo, Geraldo, Sebastião
Louro branco, João Paraibano e o grande poeta Azulão
Entre outros perdidos na memória que se foram pra outra dimensão
Também tinha as festas de padroeiros com festejos, parque de diversão
E as juras de amor tão inocentes na pracinha ou por trás do barracão

Eu deixei minha terra com saudades e ainda trago o cheiro do seu clima
Ainda lembro das casas velha antigas rodeadas com cerca de faxina
O cheiro do pavio, do querosene e a fumaça da velha lamparina
Onde é o banco funcionou uma usina e onde é a rádio um deposito de algodão
De Tomás era o bar mais visitado Miguel Flor no forró tinha tradição
O ferreiro o mestre da fornalha era o mais procurado Zé Limão
Na arte do couro conheci Sales Ferreira um grande artesão
O meu rastro está em cada esquina, cada praça, igreja no pó do chão
São Miguel te deixei mas ainda volto nem que seja a procura de oração.

EMANOEL CARVALHO
27052013