domingo, 13 de abril de 2014

SERTÃO

Sertão de Euclides da Cunha do fanático conselheiro
Do santo do Juazeiro o padim Ciço Romão
Da era de lampião o famoso cangaceiro
Das colunas de romeiros do santo frei Damião
Das casas de taipa erguidas dentro do mato fechado
Da lamparina, do arado rasgando e cortando o chão

Sertão dos tempos passados das famosas rezadeiras
Dos trabalhos das parteiras, das colheitas de algodão
Da farinhada, do engenho, das fazendas o casarão
Das festas de padroeiros, das caçadas, dos vaqueiros
De inverno de verão das tropas de burro mulo
Da conversa atrás do muro das noites de são joão

Sertão que inspira essa gente sofrida e muito valente
Sertão de memória ardente, de cantador de repente
Sertão de inverno e fartura de povo de alma pura
Sertão de serra e caatinga de progresso e agricultura
Sertão de rios e enchentes riacho e água corrente
Sertão que tanto me inspira sertão sou tua semente,


EMANOEL CARVALHO
13/04/2014















segunda-feira, 28 de outubro de 2013

O RIACHO

Da pureza das águas cristalinas dos riachos que antes me servia
Só restaram lembranças e agonia dessas águas que é hoje represada
Vendo que antigamente existia liberdade para suas corredeiras
Hoje existe em concreto uma barreira que a água ao bater fica parada
De um lado a ponte de travessia e do outro a pedra marroada
E no longo caminho que fazia teve partes que foram aterradas
Procurei liberta-lo mas não pude por ser fraco diante da grandeza
Pois é alta e larga a fortaleza onde os braços dos rios se perdiam.


EMANOEL CARVALHO
 28/10/2013

quinta-feira, 25 de julho de 2013

DE VOLTA AS ORIGENS


                        DE VOLTA AS ORIGENS

Minha amada hoje fez pro sertão uma viagem
Para rever uma paisagem que quando criança ia
Levar roupas numa bacia e no poço fazer a lavagem


Estranhou o ambiente achou baixa a corredeira
Viu a agua represada quebrar a força da cachoeira
O homem e o tempo mudando a sua imagem primeira

Mesmo assim não se abalou fotografou  fez filmagens
Desfrutando da paisagem a todos agradeceu
E cheia de vaidade pois foi naquelas paisagens que a poetisa nasceu

EMANOEL CARVALHO

LAMENTOS

                                  LAMENTOS
Hoje a natureza chora por falta de proteção
Madeira de lei vai embora aroeira vira mourão
Jatobá, angelim e ipê enfeitam só casarão
São transformadas em portas, escadas e corrimão

Os rios que hoje são referencia das cidades
Passam por dificuldades e por contaminação
Tem alguns trechos aterrados é o progresso avançado
Causando o maior estrago e chamam de evolução

A caça é proibida só onde a lei alcança
Em fazendas tem matança chamam de caça esportiva
A vigilância é ativa mas nunca vi algemado
Nem proprietário caçado por prática tão abusiva.


EMANOEL CARVALHO

28/01/2012

CONTRASTE

                           CONTRASTE
          
Rouxinol  faz alvorada sanhassu vem todo dia
Os bem-te-vis acompanham completando a melodia
Começam as quatro horas descansam ao final do dia
Todos cantam livremente sem por ninguém ser agredido
Pois aqui eu tenho abrigo pra todo animal que voa
Tenho água farta arvoredos espaço e comida boa
Entra dia finda dia só a noite ouço gemidos
Dos viventes sem sossego ou dos entes perseguidos
Da perturbação urbana e dos meus cães o aviso

EMANOEL CARVALHO
07/06/2012

PRESERVANDO A NATUREZA

Do sertão que fui criado
Hoje eu quero a extinção
Da espingarda de caça
Do quixó do alçapão
De arapuca e gaiola
Que aprisiona o canção

De viveiros enfeitados
Com espécies bem variadas
Que quase não encontramos
Em liberdade nas matas
Deixando despovoada
Nossa floresta encantada

Do caçador que atira
Por esporte ou vaidade
E faz questão de expor
Seu troféu pras amizades
Mesmo que pra isso deixe
Filhotes na orfandade

Queria eu hoje morar
Numa choupana na mata
Despertar ao raiar do dia
Por uma orquestra afinada
Cheiro de curral de gado
E cerca de vara trançada

EMANOEL CARVALHO

10/11/2011

ONDE ESTAIS

Onde há flores há paz
Onde há floresta há esperança
Onde há áqua há bonanza
Onde há vida há lembrança
Onde há fauna há fartura
Onde há respeito há alma pura
Onde há juazeiro há descanso
Onde há rio há remanso
Onde há produção há progresso
Onde há progresso há alegria
Onde há poeta há poesia

EMANOEL CARVALHO

21/12/2011