segunda-feira, 20 de maio de 2013

TRISTEZA

Quando a seca castiga o meu sertão e eu vejo a nuvem lá em cima
Branca como a neve ou cristalina sem sinal de inverno eu entristeço
O sol quente derrete o meu juízo e eu vejo que o tempo muda o clima
As carcaças de bois pelas campinas é uma imagem dura da fraqueza
O vaqueiro suspira com tristeza vendo a cena que poucos imagina.

EMANOEL CARVALHO     20/05/2013

quinta-feira, 25 de abril de 2013

INFANCIA

No batente de pau da casa velha bem de frente o engenho do meu avô
Eu sentia o cheiro das fulô que a brisa da tarde me trazia
Quando a tarde findava e escurecia minha avô acendia as lamparinas
E eu lá fora olhava para cima procurando o cruzeiro e as três marias.

EMANOEL CARVALHO
21/09/2012

domingo, 3 de março de 2013

                           QUEM HABITA
Vagando pelo sertão numa estrada de chão batido
Ao longe ouvi um latido de um cão que se aproximava
Como se avisasse o dono que um estranho chegava

Com sede e muito cansado da casa me aproximei
Mas ninguem avistei e fiquei ali parado
Temeroso observando o cão latindo a meu lado

Era uma casa de taipa por varandas rodeada
Chamei ninguem respondeu resolvi dar uma olhada
Empurrei a porta e vi que não estava trancada

Em um canto da parede por trás da porta eu via
Um pote de água fria e as canecas penduradas
Olhei  e vi na entrada o cão que me vigiava.

Deparei-me com um cenario muito comum no sertão
Em um torno na parede um chocalho e um gibão
Um par de botas de couro e na mesa um velho facão

E foi com esse cenário tão singelo e tão mateiro
Que descobi o morador daquele lugar trgueiro
Pois procurei e vi as esporas do vaqueiro

EMANOEL CARVALHO
03/03/2013
 


terça-feira, 4 de dezembro de 2012

DESEJO

Eu quero hoje deixar a praça a poluição
Voltar lá pro meu sertão rever o povo de outrora
Ouvir cantador de viola se desmanchar no repente
Curtir forró com aguá-ardente mandar atristeza embora
Penetrar de mata adentro sem preocupação com a hora
Ouvir os sons da passarada e o assovio da caipora
Descansar ao meio dia na sombra do juazeiro
Ouvir o chocalho do gado e o aboiar do vaqueiro
Adormecer ouvindo a chuva acordar sem pesadelo.

EMANOEL CARVALHO

04/12/2012

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

PAZ DE ESPÍRITO

Onde existe um animal, uma planta florescendo,um pássaro em liberdade,
Um coração sem maldade, uma manhã de sol claro, uma noite enluarada,
O frio da madrugada, o alvorecer do dia, os pássaros em alegria,
O homem em harmonia mesmo sem ter companhia nem desfrutar de lazer
Sempre tem paz e prazer todo dia é diferente cuida da semente e ver o fruto crescer
Se alegra em ver brotar a flor por si cultivada cães  latindo na calçada
A chuva molhar o chão a visita do bem-ti-vi, a coleta do colibri o razante do azulão.

EMANOEL CARVALHO
16/08/2012

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

JUMENTO

No sertão da minha infancia despertador era o galo
O transporte era o cavalo e o jumento tinha valor
Transportava água sementes puxava cultivador
Servia de montaria, usava barril, cangalha, caçuá e arriador
Em canbitos transportava lenha, cana-de-açucar e capim pra o gado comer
Todo ano tinha uma cria foi de muita serventia lhe garanto pode crer.

Hoje vive abandonado deixou de viver no mato perdeu a sua função
Vive solto nas estradas em pistas movimentadas sem nenhuma proteção
Mas muito contribuiu para o desenvolvimento e o progresso do sertão
Tinha muita eficiencia no transporte de alimentos e na colheita do algodão
Nas feiras sempre se via servindo de montaria ou preso em um mourão
Faz pena faz dó se ver quem tanto serviu você não ter o valor de um tostão.

EMANOEL CARVALHO
10/08/2012



terça-feira, 24 de julho de 2012

PAIXÕES

Aminha maior paixão, minha eterna namorada
É uma noite enluarada, é o verde do meu sertão
Chuva que castiga o telhado é o cheiro de chão molhado
É o poleiro é o galo é o boi manso sem chocalho é o bater do pilão
É a lavoura segura anunciando a fartura é a vida a renovação
É o cheirinho de café ao amanhecer do dia o vaqueiro que assovia rebanhando a criação
É o cachorro ligeiro amigo fiel, verdadeiro que nunca o deixa na mão
É a feira de animais onde tudo se comprava as pequenas criações e sem dinheiro trocava
Tinha boi de campinadeira, cavalo de bater esteira e roupa que vaqueiro usava
Tinha jumento, cangalha tinha ferreiro, fornalha era tanta parafernalha que já não existem mais
Foi uma época inocente de um povo tão decente sem maldade no coração
Tempos que sonho em rever terra que me viu nascer te amo es minha paixão.

EMANOEL CARVALHO

25/07/2012