sábado, 17 de dezembro de 2011

SABEDORIA

No sertão que fui criado vi muita sabedoria
As rezadeiras curarem males que nos abatiam
Curavam ventre caido dor de cabeça e ouvido
Usando ramos ou rosários e galhos por elas ungidos
Usavam sal áqua benta para cada paciente
E durante a oração não cruzar os pes nem as maos

Também vivenciei sábios no rumo da ventania
Na posição das estrelas ou na nuvem que corria
Na folhagem do arvoredo na vereda da formiga
Ou na áqua da bacia prevendo seca ou inverno
Quase sempre era certo tudo que eles previam
Acerava a roça e brocava esperando que a chuva vinha

Vi roubar santo de igreja são jose o preferido
Pra forçar a nuvem se abrir e derramar todo líquido
Depois de iniciar o inverno vinha o santo em procissão
Agradecendo a promessa de fartura no sertão
São crenças que se acabaram e nunca mais voltarão

Poesia dedicada ao sábio e poeta Hipolito Batalha
EMANOEL CARVALHO

17/12/2011

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