segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O MILAGRE DA VIDA

As plantas da caatinga perdem a folhagem no verão
Quando a chuva molha o chão a veste de um verde oliva
Botam flores frutificam sobra forragem e ração
A magia a transformação quem nunca viu não acredita
Que a mata adormecida desperta com uma chuva só
E aparecem veredas de animais que rastejam e cobra vira cipó
Os passaros se animam quem se foi torna a voltar
É o milagre da vida que a água faz brotar

EMANOEL CARVALHO
20/11/2011

domingo, 20 de novembro de 2011

MUFUMBO

Numa viagem que fiz lá pra minha região
Parei no alto da serra pra admirar a visão
E a cem metros um arbusto me chamou muita a atenção
Era um mufumbo florido que quase folhas eu não via
Coberto de flores amarelas muito pequeneninhas
Com um perfume que embriaga quem dele se avisinha

Me sentei debaixo dele e fiquei admirado
Como é bela a natureza e ter nos presenteado
Com tanta beleza e perfume me senti em um reinado
Pena saber que seus galhos por ser resistente e forte
Usam pra cabo de emxada, martelo, foice e chicote


EMANOEL CARVALHO

20/11/2011

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

FIDELIDADE

Quem sempre me defendeu
Quem sempre me entendeu
Quem nunca se aborreceu
Quem sempre me deu alegria
Quem sempre me foi fiel
Quem nunca me trairia

Tu que sempre participa
Da alegria e da tristesa
Tu que invade a minha mesa
E as veses é mau tratado
Mas es de min um pedaço
Que nunca as de faltar

Tu que sempreme obedece
Tu es fiel companheiro
Teu amor é verdadeiro
Só tu tens capacidade
De morrer em minha defesa
Es minha felicidade


Poema dedicado ao meu fiel cão GUGA

EMANOEL CARVALHO
18/11/2011

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

INVERNO NO SERTÃO

Nos anos de inverno tudo é alegria
Cai água na terra pro povo plantar
Açude e barragens começan sangrar
O céu escurece e a terra esfria
E o nosso sertão parece fantasia
E a mata se veste com o verde do mar

A fauna renova e completa a beleza
Toda a natureza parece emergir
Raios e trovões começam cair
E o sertanejo esperando a colheita
Se anima festeja e volta a sorrir

Nos campos se ver brotar a fartura
Tem arroz feijão cana pra rapadura
Tem milho forragem pra o gado pastar
Comida de sobra pra alimentar
Quem vive da terra e da agricultura
E rio que desagua pra dentro do mar


EMANOEL CARVALHO
14/11/2011

sábado, 12 de novembro de 2011

SECA NO SERTÃO

Quando é seca no sertão
A tristeza ronda o campo
O sol aquece o chão racha
O sertanejo em abandono
Só clama a Deus pela água
Para aliviar seu pranto

Da mata só se ver galhos
A fauna desaparece
Olho para o céu e faço
Para o meu Deus uma prece
Que deixe a água cair
Pra preservar as espécies

Nunca deixe um nordestino
Mendigar pelas cidades
Passar por privacidades
Perambular sem destino
Deixando a terra querida
Por faltar agua e comida
Se tornar um peregrino
EMANOEL CARVALHO
 
12/11/2011

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Meu cajueiro

Voz poética de Emanuel Carvalho

Meu Cajueiro

O meu velho cajueiro
Que um dia me recebeu
Que doces frutos me deu
Sempre depois da florada
Posto em cima da calçada
É meu guarda-sol gigante
Seus galhos são como amantes
Enlaçados e bem cobertos
Suas folhas bem faceiras
Filtram o ar do meio dia
Ah, senhor! Como eu queria
Que seu tronco fosse eterno

Quando eu abria a janela
Bem cedo me deparava
Com uma orquestra cantando
De galho em galho pulando
Saboreando seu fruto
Sanhaçu, pardal, rolinha
De todo cantos eles vinham
De manhã e a tardinha
Meu cajueiro me parecia
Um viveiro a céu aberto
Tudo isso eu via de perto
Quando seus frutos amadurecia

Mas hoje velho e cansado
Seus galhos secos esfolados
Sem vigor pouco floresce
Seus frutos atrofiaram
Suas folhas ressecaram
E suas castanhas não crescem
Já recebi tantas propostas
De gente mal desalmada
Pra tirá-lo da calçada
Por não ter mais serventia
Mas por amor eu espero
Que ele se revigore um dia

Sem intenção de feri-lo
Querendo deixá-lo bonito
Por pura ignorância minha
Cortei uns galhos que tinham
Em outras plantas encostado
E ele sofreu com isso
Talvez tenha acelerado
O fim de sua produção
Gerando essa sequidão
Em suas folhas e galhos
Ah! Se meu arrependimento
O tornasse como antes
Nunca mais eu lhe tocava
Com objetos cortantes...

Emanuel Milhomens de Carvalho
Natal/2009

domingo, 23 de maio de 2010

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

O VELHO DO ENGENHO

                      O VELHO DO ENGENHO

Velho e com uma só visão
Essa é a lembrança que eu tenho
Daquele velho do engenho a quem tive admiração
Por todos bem conhecido
Foi bom pai foi bom marido
E querido na região

Seu engenho foi referencia
Onde os visinhos moinham
A produção conduzida em tropa de animais
Dentro dos canaviais orientava a produção
Do corte a execução
Dos seus produtos finais

Produzia seu engenho mel alfinin e batida
A rapadura conhecida
A mais doce da região
Sob sua proteção muitos homens que auxilia
Nas moagens que hoje em dia
Se perderam da tradição

Em frente do engenho a casa
Uns vinte metros media
Ao seu lado residia o comprador de algodão
Que era um dos seus filhos
Que um comércio explorava
E a moeda que usava era a troca por producão

Bem velho perdeu a esposa
Anos depois faleceu
Dividiram os bens seu e o engenho desativado
Foi reduzido a ruinas
E as animações antigas
Soteradas no passado

Os abastardos deixaram
O tempo e o vento destruir
Nem lembrança existe mais
Dos que habitaram ali
Casa engenho e vacaria
Aonde a vida fluia deixaram de existir

Horacio da Cunha Lima
Hoje é pouco lembrado
Junto a ele seu legado
Foi pelo tempo esquecido
Talvez que algum amigo ainda tenha em lembrança
As animações do engenho pelo velho promovido


POEMA DEDICADO AO MEU AVÓ HORACIO DA CUNHA LIMA


EMANOEL CARVALHO
10/11/2011

terça-feira, 8 de novembro de 2011

EM DEFESA DA NATUREZA



Maria nuca gostou
De ver uma arvore cortada
Pois nos seus galhos repousa
O ninho de um beija-flor

Maria nunca gostou
De ver na mata a queimada
E a fauna correr assombrada
Procurando um salvador

Maria nunca gostou
Do ser que prendeu a vida
Numa gaiola fornida
Um tristonho cantador

Maria nunca gostou
Da espingarda traiçoeira
Da padra da baladeira
Onde o animal tombou

Maria nunca gostou
Do ferrão do carroceiro
Do chicote do vaqueiro
E do animal a dor

EMANOEL CARVALHO
09/11/2011

domingo, 6 de novembro de 2011

LEMBRANÇAS DO MEU SERTÃO

As veses vem na lembrança as coisas do meu sertão
Acasa velha de barro tambem de barro o fogão
Com uma chapa de ferro quatro furos com um tampão
Trabalhando o dia inteiro movido a lenha ou carvão
Os utensilios de barro e um forno de assar pao
Era aceso o dia inteiro pra preparar a refeição




Na sala a gente via a velha mesa encostada
Oito cadeiras de couro lamparinas penduradas
Seis tamboretes espalhados pra quem fisesse chegada
Sete tornos nas paredes pras redes nas descansadas
Um pote de aqua fria colhida na invernada
E sobre a mesa eu vi um ferro de passar a brasa


No quarto do casal tinha cama com colção de palha
A janela pro nascente a porta dava pra sala
um oratório na mesinha com são vicente de paula
Perto da cama uns tijolos encima deles a mala
Pendurada na parede a espingarda e as balas
Embaixo da cama um penico que tudo ver mas não fala


Um outro quarto isolado com um grande janelão
Era muito ultilizado como paiol de algodão
E alguns silos que guardava milho farinha e feijão
Tambem guardava as ferragens foice machado e facão
A sela de montaria esporas arreios e gibão
O moinho de moer cafe e o arado de cortar chão


No terreiro da cosinha se encontrava o pilão
Mais na frente pude ver carroça e carro de mão
Galinha pato e guine a pequena criação
No cercado um burro preso comia numa cocheira
Embaixo de uma latada um boi de campinadeira
Descansava do trabalho admirando a capoeira


Vendo a casa por fora de alpendres rodeada
Um cepo velho rachado um banco e uma rede armada
Uma pedra de amolar e a cangalha pendurada
Em frente um juazeiro sombreava o ambiente
Atrás o curral do gado mantinha algumas sementes
São lembranças do sertão que guardo na minha mente


EMANOEL CARVALHO
06/11/2011

SAUDADES

                      SAUDADES

Eu que nasci no sertão descendente do roçado
Do cheiro de chão molhado que guardo desde a infancia
Das paisagens a lembrança das cores do fim do dia
Do inverno a alegria da seca a desolação
Morro levando comigo as saudades do meu sertão

EMANOEL CARVALHO

06/11/2011
              INSPIRAÇÃO POÉTICA
Poeta nasce poeta analfabeto ou letrado
Tem o cerebro iluminado pela luz da poesia
Nos versos faz moradia na rima traz a paixão
E nas criações do supremo tudo vira inspiração

No poder da oração nos ramos da rezadeira
No s trabalhos da parteira no vaqueiro no sertão
No inverno no verão na mata seca ou florida
Nos aperreios da vida tudo vira inspiração

Nas veredas do roçado na cabaça de aqua fria
Na mata que arrepia na sombra de um juazeiro
No pino do meio dia no revoar do cancão
Na tristesa na alegria tudo vira inspiraçao


EMANOEL CARVALHO 
06/11/2011

sábado, 5 de novembro de 2011

IMAGINAÇAO -EMANOEL MILHOMENS DE CARVALHO

IMAGINAÇÃO
Eu sou filho da floresta neto de um rio permanente
Sou afilhado da enchente irmão da fauna que resta
Dos pássaros que fazem festa e cantam aqui livremente
Do sol que aquece a gente da lua que a noite clareia
Eu sou sobrinho do mar que tudo cospe na areia

                    *********
Sou enchente que liberta o rio por tu represado
Arrastando teus reinados moendo e jogando fora
Sou assovio de caipora anunciando tua vinda
Sou animal que ainda não escapou da tua espora
Sou ave que não esta fora do pino da tua mira
                      ********
Eu sou um ser indefeso comigo ninguém se importa
Dos meus braços do meu tronco cobrem casas fazem portas
Sem ter dó nem piedade invadem a privacidade do ser que so lhe faz bem
Filtra o ar que tu respira te dar sombra te dar frutos
Mas e cortado também
                     ********
Eu sou um lamento perdido que chamam de extinção
A raposa a jaguatirica e o servo do sertão
Perderam o espaço para o gado e pra sua alimentação
O que antes era aberto e livre de marcação
Hoje é cercado com varas com prego arame e mourão
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Deus quando criou a terra pra ninguém deu escritura
Porém toda criatura cerca e limita o espaço
Queima o chão vira bagaço espanta quem nela habita
Ser saber que no cansaço que chegar no fim da vida
Sete palmos sobrarão sem que lhe sare a ferida
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Sou natureza revolta em forma de furacão
Sou vento que arrasta tudo que estar firmado no chão
Ou tu devolves o que é meu ou te enterro em teu rincão
AUTOR: Emanoel Milhomens de Carvalho   
Natal/RN-10/10/2011