sexta-feira, 25 de novembro de 2016

                 SAUDADE
Em 28 de outubro final dos anos 90
A poesia enlutou-se quem o conheceu comenta
Calou-se a voz de um guerreiro
Partiu o Pinto do Monteiro
Ainda hoje a classe lamenta

EMANOEL CARVALHO
25/11/2016

terça-feira, 20 de outubro de 2015

MEU EU

Sou roceiro, caipira e nordestino
Esse jeitão de mim ninguém não tira
Mesmo seco o nordeste me inspira
Vejo o galo cantando no poleiro
A galinha ciscando num balseiro
Um jumento rinchando no curral
Um cachorro amarrado num jiral
Um cavalo arreado me espera
Pico a espora e me aprumo na sela
Pro forró pé de serra na tapera


EMANOEL CARVALHO
20/10/2015

domingo, 12 de julho de 2015

BRINCADEIRA DE CRIANÇA

No meu tempo de menino eu brinquei de carrapeta
Botei agua de ancoreta joguei biloca e pião
Joguei bola fiz carreta de madeira e de latão
Fiz muitos cavalos de pau com arreios de cordão
Tomei banho em cacimbão que a pele ficava preta
Mãe corria atrás de mim com um cipó fino na mão
Eu corria ia pra feira ver bebo falar besteira e cuspir no pé do balcão.

EMANOEL CARVALHO
12/07/2015

domingo, 12 de abril de 2015

ÊXODO

Me mudei a muitos tempo do sertão pra capital
Não consegui esquecer o aboio do vaqueiro o xote do animal
O cultivo de sementes ou o cheiro de curral impregnado na gente
E o cão de caça atento que vigiava o quintal

As noitadas de cantorias de violas e repentes
O forró de pé de serra regado a agua ardente
As invernadas, os rios, as cachoeiras e enchentes
Da minha terra eu trouxe muita bagagem na mente
Nem chuva, sol, tempestade nem a beleza da cidade vão zerar meu consciente.

EMANOEL CARVALHO
12/04/2015